Prezados amigos e leitores, gostaria de mais
uma vez convidar vocês a uma reflexão sobre um tema bastante importante e
pertinente em nossos dias, principalmente em nosso meio cristão. Qual tem sido
a minha motivação em oferecer uma vida devota ao Senhor¿ Será que de fato temos
oferecido algo digno do senhorio de Cristo em nossas vidas¿ Será que temos
vivido para a glória de Deus ou em virtude da nossa própria glória¿
Willian Law, autor do livro um sério
chamado a uma vida devota e santa, traz uma ideia bastante relevante sobre este
tema, ele escreve o seguinte... “Se você
parar para se perguntar por que você não é tão devoto quantos os primeiros
cristãos, seu coração lhe dirá que não é nem por ignorância nem por falta de
capacidade, mas porque nunca houve uma vontade de realmente o ser.” Não é
de hoje que tentamos compensar as nossas faltas com Deus, nos valendo das mais
esdrúxulas desculpas e motivos para fugirmos do seu padrão para nossas vidas,
na época de Law, ele convivia com cristãos que resumiam sua devoção a cultos e
cerimoniais religiosos, deixando, no entanto de viver uma vida para a glória de
Deus baseados na sua Santa Palavra. Este quadro me lembra da relação do povo de
Israel para com Deus, um povo que viveu experiências magníficas com o criador,
mas que tinham em seus corações a intempestiva vontade de não se sujeitarem ao
Senhor, de igual forma, resumindo sua religiosidade e seu relacionamento com
Deus aos sacrifícios imperfeitos oferecidos no templo na época do Antigo
Testamento, sacrifícios estes que nunca serviram para justificar o homem em
relação aos seus pecados, pois não existia arrependimento em seus corações, mas
a intenção de continuar pecando deliberadamente e construindo assim um ciclo
vicioso que só servia para agravar ainda mais a ira de Deus em relação ao seu povo.
Law em seu livro vai dizer que devemos estar motivados não somente a vivermos
momentos de devoção, mais uma vida inteiramente devota ao Senhor, isso não vale
somente para aqueles que decidem viver em função de sua vocação eclesiástica,
mas segundo ele, todo cristão verdadeiro deve viver em Cristo para a glória de
Deus.
No texto de Mateus citado pelo nosso
artigo, vamos encontrar mais um momento de debate entre os fariseus e Jesus,
aonde os religiosos da época questionaram o fato dos seguidores de Cristo não
obedecerem a tradição dos anciãos, Jesus os responde de forma direta e
reveladora, mostrando que eles estavam vivendo segundo a uma religiosidade
hipócrita que os fazia respeitar a tradição dos anciãos, mas desobedecer o
mandamento do Senhor em honrar pai e mãe. Na época existia um esquema entre os
fariseus e os sacerdotes do templo, aonde eles dedicavam as suas propriedades
ao templo, com isso também deixavam de ter responsabilidade em cuidar de seus
pais idosos e ainda recebiam uma parte deste negocio. Os fariseus tentavam
compensar sua faltar de caráter e sua carnalidade travestido-a de devoção
religiosa, mas Jesus os resistiu na cara e falou algo, que a meu ver, tem muita
relevância em nossos dias... “Este povo
me louva e me honra de lábios, mas seus corações estão longe de mim.”
Estamos vivemos em uma época, aonde
estas palavras de Jesus tem ganhado cada dia mais sentido e força em nosso meio
cristão, pessoas que querem a benção, mas desprezam o abençoador, pessoas que
adoram Jesus Cristo pelo que ele pode fazer e dar nesta nossa finita
perspectiva humana, aonde as pessoas valem pelo que tem e não por quem são,
vivemos dias em que a prosperidade é medida pelas conquistas materiais e a
espiritualidade pelas sensações existenciais, estamos diante de um cenário
aonde o evangelho tem sido multilado em favor do bem estar das pessoas, com
pregações cheias de confissões positivas, triunfalistas, cheia de elementos
místicos e míticos, aonde não se precise mais orar, nem ler a Bíblia e até mesmo
ira a igreja. Estamos fazendo de Deus um gênio da lâmpada, que está a
disposição para realizar todos os meus desejos, não queremos parar para ouvir
Jesus, queremos tocar nele e ser abençoados com toda sorte de sucesso, bens e
etc. Vamos para a igreja não para prestarmos culto a Deus, mais para buscar
mais uma carga de bônus de bênçãos para continuar fazendo a nossa vontade e
tentar, hoje não mais com animais, mas com votos e penitencias amenizar a ira
em relação aos nossos pecados. A fé cristã tem se tornado algo que produz muita
gente boa, mais pouquíssimas vidas transformadas, estamos diante de uma igreja
que não se posiciona em relação a corrupção, imoralidade e a perversidade que
reina em nossa sociedade, isso porque estamos ocupados demais buscando ser mais
e mais abençoados. Isso com certeza não é fé cristã Bíblica, não tem como
Senhor Jesus Cristo e nem tão pouco está fundamentada na verdade de Deus e tem
muita gente que sabe de tudo isso, mas mesmo assim não tá nem aí, até porque,
se tá dando certo pra mim e para os meus até agora o resto que vire.
Isso que estamos vivendo não é
cristianismo, não nos aproximará do Senhor, não nos ajudará a viver uma vida
abundante em Jesus Cristo, pois o que sustenta a nossa vida não é ele, mas sim
nossas pretensões e ambições pessoas, por mais que tentemos travesti-las das
mais nobres intenções, mas diante de Deus não fará diferença se essas atitudes
não forem resultados de vidas, convertidas e transformadas pelo sangue de Jesus
e pelo trabalhar do seu Santo Espírito, mesmo porque, ele quer fazer mais do
que te tornar uma pessoa boa, ele quer se revelar ao mundo através da sua vida.
Nossa motivação em buscar uma vida
devota e santa a Deus deve ser em primeiro lugar, reconhecer que só através da
sua graça somos salvos. Não existe nada em nós que nos condicione a salvação,
nada que nos faça dignos de ter algum prestigio por nós mesmos diante de Deus,
através de Jesus Cristo ele nos alcançou, e quando ao terceiro dia ele
ressurgiu, trouxe a vida também todos aqueles que creram na eficácia do seu
sangue vertido na cruz, então a graça é dom de Deus, ele decidiu e decide em
nosso favor, até mesmo quando as coisas aos nossos olhos não dão certo, mas
nunca nos faltará o favor de Deus que nos sustentará e nos manterá até o dia em
que ele decidir nos tomar em seus braços eternos. Em segundo lugar, devemos
reconhecer que ser salvo pela graça de Deus é ser colocado em uma nova condição
de vida, o apostolo Paulo vai falar que tudo se fez novo, e as coisas velhas
(nossos pecados, vícios, e etc) já passaram, és que tudo se fez novo. Viver uma
nova vida em Cristo é viver para a gloria de Deus, é viver de uma forma aonde o
seu nome seja santificado, seu reino manifesto e sua vontade concretizada
através da minha existência neste mundo, mas isso não é algo fácil é algo
desafiador, por isso muitos são chamados, mas poucos são escolhidos, todos
querem as bênçãos de Deus, mas poucos se dedicam a viver para sua gloria e esta
deve ser a nossa prioridade.
Como está a sua devoção a Deus¿ Você tem
reconhecido os efeitos transformadores da sua graça¿ Você compreende os
aspectos da sua nova vida em Jesus Cristo, ou como os fariseus você tem
escondido suas deficiências e pecados o travestindo com uma capa religiosidade
hipócrita e morta¿ O Senhor nos convida e refletir sobre nossas intenções em
relação a ele, nos chamando a voltar ao primeiro amor, a prática de boas obras
e a produzir frutos dignos de arrependimento.
DEUS VOS
ABENÇOE!
Vicente Leão