MODÉSTIA CRISTÃ NO VESTIR




Introdução: Cristo é Rei, e os cristãos começaram a reconhecê-lo como tal. Isto significa que a vida como um todo deve estar sujeita a Sua Palavra. Se, a Bíblia diz algo sobre vestir, e, ela diz, então, cabe-nos ouvir e obedecer. Existe um absoluto constrangimento acerca da modéstia cristã no vestir. É difícil para se ouvir a respeito, e, esteja certo de que, falar sobre isto é mais difícil ainda. Este é o motivo, pelo qual, este assunto é frequentemente ignorado em círculos cristãos. Todos fingem que não há um problema. É a síndrome do elefante na sala, todos sabem que o elefante está lá, mas ninguém fala sobre o mesmo. Assim, muitos cristãos estão cientes do problema, mas ninguém quer, ser aquele a dizer algo. Ministros permanecem em silêncio, e isto não é uma surpresa. Afinal, aqueles que falam são vistos como extremistas ou como quem tem algum tipo de problema pessoal.  A verdade é que, a grande maioria dos homens luta contra o pecado sexual, todavia, o vestuário imodesto das mulheres torna isto, ainda mais difícil, para eles. Provavelmente, 95% dos homens admitiriam esta verdade, a não ser que fossem mentirosos. Portanto, esta é a razão, pela qual, este assunto deve ser abordado. Pois, se não fizermos menção dele, nunca, os padrões melhorarão e, possivelmente, declinarão ainda mais no tocante a depravação desta geração.

O que é modéstia? Modéstia é como chamamos o princípio bíblico que nos orienta quanto ao que nos é apropriado vestir. No entanto, precisamos entender que a modéstia, antes de ser uma questão de vestimentas, é uma questão do coração. As disposições do coração são determinantes em todas as nossas escolhas, inclusive, no modo como preferimos nos vestir. Jeff Pollard define modéstia em termos bastante apropriados: “Modéstia cristã é o autogoverno interior, enraizado em um entendimento adequado de si mesmo diante de Deus, que por fora se expressa em humildade e pureza de um verdadeiro amor por Jesus Cristo, ao invés de autoglorificação ou autopropaganda.” Quando o apóstolo Paulo se dirigiu às mulheres, na primeira carta a Timóteo (2.9), ele aplicou o princípio da modéstia ao modo como as mulheres devem se vestir. O que está em foco nessa orientação é que se evite a extravagância e a sensualidade, pois segundo as condições culturais dos leitores de Paulo, quem se ataviavam com tranças bem elaboradas, ouro, pérola e roupas caras, normalmente, eram mulheres com conduta moral nada exemplar. Paulo então exorta as irmãs que se vistam de forma diferente dessas mulheres, pois as mulheres cristãs devem se vestir conforme sua profissão de fé, com modéstia, decência e discrição.

Roupas honestas e com pudor. Nossas roupas podem ser belas, delicadas ou coloridas. Olhemos para a criação, e veremos que o Deus que veste os lírios de belas e gloriosas roupas (Lucas 12:27) ama a beleza, a ordem, as formas e as cores. Ele criou a todos estes! Porém, nossa principal preocupação deve ser se as nossas roupas agradam a Deus. Vejamos dois princípios fundamentais para nossas escolhas no tocante ao que vestir.
Nossas roupas devem ser honestas - Na versão Bíblica ARA, esta palavra é traduzida como “decente”. Este aspecto nos revela que devemos usar roupas dignas de quem somos em Cristo Jesus. O Puritano Matthew Henry diz: “As roupas vieram com o pecado. Pouca razão temos para nos orgulhar de nossas roupas, que são apenas os sinais da nossa pobreza e infâmia”. Assim, um primeiro aspecto que “trajes honestos” envolve é um senso de humildade diante de Deus. Como pecadoras salvas pela graça de Deus somente, sabemos que nada temos em nós mesmas para nos orgulhar. Nossa linguagem deve ser “não a nós SENHOR, mas ao Teu Nome dá glória”, buscamos “diminuir para que Ele cresça”, e “engrandecer o Seu nome”.
Nossas roupas devem ter pudor - O pudor enfatiza principalmente a questão da prudência e inocência interior que devem ser demonstradas por meio de roupas que revelem a pureza de uma Cristã. Sabemos que, segundo as palavras do Senhor Jesus Cristo (Mateus 5:28), se um homem atentar para uma mulher cobiçando-a, com impureza, já adulterou com ela em seu coração. A mulher que se veste de modo a despertar a lascívia, luxúria e cobiça, ou com risco de que isso seja facilitado por seu modo de vestir-se também peca. A Palavra de Deus afirma que há enfeites que são típicos de uma “prostituta”, e que tal extravagância está sempre unida à astúcia de coração (Provérbios 7:10). Como Cristãs, devemos cuidar para que nossos adornos não nos identifiquem com as filhas deste mundo, com as filhas de Satanás, com “prostitutas”, para usar a forte linguagem bíblica.

A falsa modéstia
A Palavra de Deus afirma que há pessoas que têm “aparência de piedade”, mas que são, “amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade…” (2 Timóteo 3:1-5). Vestir-se de modo modesto não é o principal. O principal é o poder salvador de Deus Pai, em Cristo, por meio do Seu Espírito operando em nós. A QUESTÃO MAIS IMPORTANTE DE NOSSAS VIDAS, PARA O TEMPO E ETERNIDADE é saber se somos ou não salvos, se somos ou não Cristãos, se fazemos tudo (inclusive nos vestir) para a glória de Deus em Cristo, pelo poder do Seu Espírito operando em nossos corações, onde Ele habita pela fé. Como vimos anteriormente a modéstia não é uma questão de habito apenas, mas de inclinação do nosso coração (Mt 23.25-28). A pureza, humildade e graça de um coração regenerado serão manifestos exteriormente por meio de conversação pura, bom porte, vida casta em temor, em boas obras e, sim, roupas modestas. Mas, devemos nos examinar pois, os hipócritas condenados pelo Senhor Jesus por fora realmente pareciam formosos e se preocupavam com suas vestes e aparentavam ser piedosos e santos, todavia, faziam “todas as obras a fim de serem vistos pelos homens” (Mateus 23:5).

Conclusão: Cuidemos, amadas, de limparmos o interior, vamos a Cristo, o Manancial da Vida, a Fonte Aberta para purificação do pecado e da imundícia, e confiemos nele para a vida e para a eternidade. Cuidemos de examinar a Sua Palavra, pois ali Ele promete que o encontraremos, pois Se Lhe agradar, Ele Se revelará a nós com salvação, graça e poder. Cuidemos de nos vestir e fazer todas as coisas a partir de um coração crente, em fé nele e amor a Ele e Suas ordens reais, para a Sua glória somente, pois “… o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16:7).





UMA TEOLOGIA CRISTÃ ORTODOXA RELEVANTE NA PÓS-MODERNIDADE DEVE SER BÍBLICA - 2º PARTE




Um dos lemas centrais da Reforma Protestante é o Sola Scriptura, termo em latim que significa somente as Escrituras. Este em especial serve como fundamento não somente aos demais solas (Solus Christus, Sola Gratia, Sola Fide e Soli Deo Glória), como também a toda conjuntura teológica evangélica que cremos e confessamos. Infelizmente em nossos dias, por conta da permissividade pós-moderna que traveste as heresias com o manto da religiosidade hipócrita que é politicamente correta e espiritualmente profana, temos sistematicamente abandonado nossas raízes Bíblicas tendo como consequência debates teológicos medíocres e vazios. Em seu livro pilares da fé o Pr. Franklin Ferreira escreve:

“Isso é algo que, de fato, me espanta. Alguns escritores propõem revisões do ensino cristão, mas na maioria das vezes em ruptura com a tradição cristã acerca da doutrina de Deus e da salvação e sem demonstrar a menor preocupação em remeter seus leitores (ou, pelo menos, seus seguidores mais fieis) as páginas da Escritura.”

O Pr. Paulo Anglada em seu livro Sola Scriptura. A doutrina reformada das Escrituras, também escreve algo importante sobre este assunto:

“Quando consideramos a diversidade doutrinária, litúrgica e prática que, em geral, caracteriza o evangelicalismo brasileiro, não é descabido questionar se alguma denominação evangélica no Brasil ainda pode, como instituição, ser considerada herdeira legítima da doutrina, culto e práticas reformadas. Pode haver muitas razões para essa situação. Entretanto, sem duvida, o relaxamento para com a autoridade e suficiência das Escrituras é uma delas.

As Escrituras Sagradas são a principal fonte da nossa teologia. Em seu livro Pregação e Pregador o Dr. Martyn Lloyd-Jones escreve o seguinte:
  Se a igreja cristã quiser manter um testemunho ativo nesta geração, e se os crentes em Cristo desejarem crescer e torna-se cristãos maduros e eficientes, então é da maior importância que os pastores, mestres e outros líderes providenciem para o seu povo o “leite sincero da Palavra” mediante a mensagens centralizadas na Bíblia e dela derivadas.”
Estamos em uma época aonde não temos consciência da real riqueza que nos legou a reforma, redescobrindo o evangelho através não somente do livre exame como também por meio da interpretação precisa da Palavra. Desenvolvemos uma “cultura evangélica” sem compromisso com o evangelho, baseada unicamente em nossas experiências e tradições, teologizando suas implicações através da manipulação espúria dos textos sagrados. Sobre isso o Pr. Renato Vargens em seu livro reforma agora escreve:

“Lamentavelmente, alguns dos pastores e mestres tupiniquins não possuem mais nenhuma ligação com aqueles que os precederam. Os púlpitos das igrejas e as salas de aula dos seminários teológicos estão sendo ocupadas por homens desconhecedores das mais profundas e básicas verdades sustentadas na Reforma. Se não bastasse isso, boa parte destes relativizaram as Escrituras afirmando não serem elas a Palavra revelada de Deus.”

Precisamos retomar a centralidade das Escrituras em nossas vidas, para que então nossa teologia seja contagiada e contagiante. Vejamos alguns pontos importantes que devem nortear nossa relação enquanto teólogos com a Bíblia:

1.  A Bíblia precisa ser lida devocionalmente: O teólogo, antes de qualquer coisa, é um cristão e como tal precisa não somente analisar as Escrituras, como também se deixar analisar e ser trabalhado por ela. A Leitura devocional é uma forma disciplinada de devoção e não mais um método de estudo bíblico. Ela é feita pura e simplesmente para conhecer a Deus, colocar-se diante da Sua Palavra e ouvi-lo. Esta atitude de silêncio, reverência, meditação e contemplação define a postura de quem deseja aproximar-se da Palavra de Deus. O exemplo bíblico desta postura encontramos em Maria, irmã de Marta, que “quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos” (Lucas 10:39), “enquanto sua irmã agitava-se de um lado para o outro, ocupada em muitos serviços” (Lucas 10:40). Há muitos outros exemplos de devoção que encontramos na Bíblia, de pessoas que simplesmente se punham diante do Senhor, sem esboçar uma única palavra, sem apresentar um único pedido, apenas ouvindo, meditando e contemplando.

2.  A Bíblia precisa ser conhecida bibliologicamente: Não basta somente ser um leitor apaixonado das Escrituras, precisamos conhecer os fatores que contribuíram para que ela chegasse até nós. Afinal, quando ela se originou? Quando e como assumiu a forma atual? Por que afirmamos que ela é um livro divinamente inspirado? O campo que estuda estas questões e chamado na teologia de Bibliologia ou Introdução Bíblica, ele irá tratar não apenas do significado do nome Bíblia e sua organização (testamento, capítulos, versículos, e etc) como também de assuntos pertinentes a doutrina das Escrituras (Ex. Inspiração, inerrância, canonicidade e etc). Este conhecimento, hoje mais do que nunca, é importantíssimo pois é a partir dele todos os demais aspectos da nossa teologia estarão firmados.

3.  A Bíblia precisa ser interpretada Hermenêuticamente:  Começarei falando da necessidade da hermenêutica bíblica. Como Osborne em seu livro A Espiral Hermenêutica, eu acredito sim que o propósito da hermenêutica é nos levar finalmente à pregação da Palavra de Deus. Contudo, antes de pregarmos, precisamos interpretar as Escrituras. Não é simplesmente abrir a Bíblia e dizer o que ela está dizendo. Nem todo mundo se apercebe do fato de que a leitura de qualquer texto sempre envolve um processo de interpretação. Ou seja, não é possível compreender um texto, qualquer que seja, sem que haja antes um processo interpretativo ― quer esse texto seja um jornal, quer seja a Revista Veja, quer seja a Bíblia.  A leitura sempre envolverá um processo de interpretação ― ainda que esse processo seja inconsciente e nem sempre as pessoas estejam alertas para o fato de que um processo de compreensão está em andamento. A Bíblia é um texto. Ela é a Palavra de Deus, mas ela é um texto. Como tal, ela não foge a essa regra. (Texto original do Rev. Augustus Nicodemos Lopes)

O teólogo relevante em primeiro lugar é Bíblico, por entender que sem a Bíblia não é possível fazer uma teologia cristã ortodoxa. O protagonismo das Escrituras é um fator inegociável e prioritário, principalmente em um tempo de relativismos aonde os valores e princípios cristãos tem sido bombardeados por toda sorte de engano conveniente aos interesses de quem não sujeita-se a soberana vontade de Deus. Somente o retorno as Escrituras pode potencializar nosso conhecimento de forma transformadora e abençoadora. Foi assim com os reformadores do passado e precisa ser assim com os do presente.  


Deus vos Abençoe!


Obs: Esta é a segunda parte da série de artigos sobre: 
A RELEVANCIA DA TEOLOGIA CRISTÃ ORTODOXA EM MEIO A PÓS-MODERNIDADE – 1º PARTE

MENSAGEM DA CRUZ: POR QUE VOCÊ SOFRE - PR. PAULO BORGES JR.


O Pr. Paulo Borges Jr. irá trazer uma palavra de fé e esperança ao seu coração.

A RELEVANCIA DA TEOLOGIA CRISTÃ ORTODOXA EM MEIO A PÓS-MODERNIDADE – 1º PARTE




Em tempos aonde ser relevante tornou-se sinônimo de ser popular a tarefa do teólogo cristão torna-se ainda mais desafiadora, pois todos os dias somos tentados a apostatar da fé nos desviando da sã doutrina por acharmos a simplicidade do evangelho simples demais para as nossas pretensões intelectuais e até mesmo nossas particularidades espirituais.

Porem. Não basta saber o significado do nome teologia nem dos complexos conceitos que a constitui, precisamos entender o lugar dela em relação ao conjunto da obra que Deus tem a realizar em nós e através de nós, só assim encontraremos sua real relevância no tocante a edificação dos santos e a proclamação das boas novas de salvação. 

Estudar teologia é conhecer a sã doutrina revelada em Jesus Cristo e registrada por divina inspiração nas Sagradas Escrituras (Bíblia). Muitos confundem o significado da palavra com o seu conceito, a teologia não estuda Deus, ela estuda aquilo que pela graça ele nos apresenta sobre sua pessoa e obra. Anselmo, um dos pais da igreja, vai nos ensinar que teologia é “a fé em busca de entendimento.” Por que então há tanto desentendimento e inutilidade em nossos debates teológicos? Grant R. Osborne vai escrever em tom de alerta o seguinte sobre esta questão:

“Não sabemos ao certo como determinar um dogma, especialmente como obtê-lo a partir das Escrituras; e não sabemos como distinguir doutrinas centrais daquelas doutrinas sobre as quais devemos concordar em discordar. Existem mais caçadores de heresias por aí do que jamais existiu na historia recente, e ainda assim existe menos consciência teológica na maioria das igrejas do que em qualquer outro período do ultimo século. É uma dicotomia estranha, temos mais material sobre Bíblia e a teologia do que nunca, mais interesse em estudos bíblicos, e ainda assim temos menos conhecimento da Bíblia e de teologia.” (Fonte: citação extraída do livro pilares da fé do Pr. Franklin Ferreira Ed. Vida Nova – pag 35).

Segundo o Rev. Roberto Schuler, ao escrever sobre o fazer teológico e as tendências contemporâneas de mudança, o grande problema das nossas irrelevantes discursões se dá pela perda da nossa identidade no tocante ao caráter protestante, a teologia pública e a relevância profética. Ele escreve:




“O que eu quero dizer é que a reforma protestante nasceu de um protesto, ou seja, de um apelo por reforma na estrutura da igreja e da sociedade. Essa é a nossa tradição e foi por isso que na historia ganhamos o nome de protestantes. O fato de não termos que protestar mais hoje contra as indulgencias e os desvios no tocante a doutrina da salvação não significa a cessação da nossa vocação protestante, até porque outros problemas surgiram, talvez não tanto de ordem doutrinária e confessional, mas sim de ordem prática e social.” (Artigo extraído do livro A Teologia e os Desafios Contemporâneos Ed Reflexão – Pag 23)


A falta do devido cuidado com a doutrina é um dos reflexos da nossa condição desleixada diante de Deus. Como o próprio Rev. Schuler coloca: Na prática nós nos tornamos cada dia mais “conformantes” que protestantes. Isso porque aos poucos a nossa teologia abandonou sua tradição profética, se fechando em uma redoma cheia de dogmas religiosos e movimentos místicos vazios da verdadeira essência do evangelho. Como resultado disso, nossa teologia publica, ou seja, nossa participação na sociedade tem comunicado um cristianismo sem Cristo em boa parte das ocasiões aonde a igreja precisa se posicionar de forma relevante.

Nossa irrelevância teológica denuncia nossa falta de compromisso com o evangelho de Jesus Cristo principalmente no tocante a sua natureza prática, até porque, tudo que somos e realizamos enquanto cristãos deve ser um reflexo da nossa submissão à sã doutrina, fora disso nosso trabalho é anátema (nulo). Estamos passando por uma crise teológica tão grave que, como escreveu Ian Ramsey alguns anos antes de sua morte, “A igreja não só está sem teologia, mas a teologia está sem Deus.” Algumas coisas nesta época entre os teólogos profissionais mudaram, mas o abismo entre o seu acadêmico vocabulário e a mentalidade da igreja só fizeram aumentar deixando-a (teologia) a margem da vida evangélica, mas deslocada do seu centro. Em seu livro “sem lugar para a verdade”, David F. Wells escreve:

“É nesse sentido que é apropriado falar do desaparecimento da teologia. Não é que os elementos do credo evangélico tenham se desvanecido; eles não se desvaneceram. O fato de eles serem professados, no entanto, não significa necessariamente que a estrutura da fé protestante histórica ainda está intacta. A razão é que simplesmente enquanto esses itens da crença são professados, eles estão cada vez mais distantes do centro da vida evangélica em que definiam o que era essa vida, e eles agora são relegados à periferia, na qual perdeu seu poder de definir como deve ser a vida evangélica.”



Como consequência desta crise a missão da igreja tem sido comprometida em vários aspectos. Quando o conhecimento não é administrado com sabedoria do alto à tendência é o desvio da verdade e o desequilíbrio orgânico que desemboca ou no fideísmo (conhecimento de Deus sem evidencias) ou no racionalismo (conhecimento de Deus somente com evidencias). O labor teológico relevante alia esses dois extremos por meio da fé que compreende e reconhece o importante papel da razão na busca pelo conhecimento de Deus. Porém, tal conhecimento deve se manifestar através de práticas piedosas, piedade que tem a vê com gratidão e não com razão. Em seu livro Inteligência humilhada o Rev. Jonas Madureira escreve: “A razão faz teólogos inteligentes, mas somente a gratidão torna-os piedosos e inteligentes”.

O que a igreja tem que dizer e fazer com exclusividade não pode ser reduzido à filosofia e política. A responsabilidade exclusiva da igreja é proclamar e praticar o evangelho, dando no discurso e na vida testemunho da realidade, da presença e da ação de Deus em Jesus Cristo e no Espirito Santo. A responsabilidade exclusiva do teólogo é garantir que o discurso e a ação da igreja correspondam a Palavra de Deus, regra de fé e prática do cristão.

Com base nessas informações iremos tratar nos próximos artigos três aspectos fundamentais que caracterizam o perfil de uma teologia cristã ortodoxa relevante em meio a realidade pós-moderna. São eles: BÍBLICO, CRISTOCÊNTRICO e PRÁTICO. Espero que este material cause inquietação em seu coração e desejo por um conhecimento teológico capaz de gerar frutos dignos de arrependimento para a glória de Deus.

DEUS VOS ABENÇOE!

 Vicente Leão