A
primeira brigada de forças regulares iraquianas compostas unicamente por
combatentes cristãos foi criada oficialmente nesta quinta-feira (12), com a
tarefa de retomar as cidades e localidades cristãs das mãos dos jihadistas do
grupo Estado Islâmico (EI).
Esta nova
brigada ficará sob o comando do governo da região autônoma iraquiana do
Curdistão, cujas forças de segurança, os peshmergas, desempenham um papel
essencial no combate ao EI.
Os novos
sodados marcharam e saltaram sobre pneus em chamas diante de uma fileira de
autoridades curdas e assírias em Fishkabur, no nordeste do Iraque,
perto da fronteira turca e síria, constatou a AFP.
A grande
maioria dos cristãos iraquianos vivia na planície de Nínive, uma região que se
estende da capital do Curdistão iraquiano, Erbil, até Mossul, segunda cidade do
Iraque, tomada pelo EI em junho, mas o avanço dos jihadistas em agosto fez
fugirem dezenas de milhares deles.
“Uns 600
irmãos cristãos da planície de Nínive participaram da formação, que consistia
principalmente de um treinamento físico, cursos de arte militar e exercícios de
tiro”, explicou o comandante da academia militar, general Abu Baker Ismail.
“Todos os participantes são voluntários, querem libertar sua terra dos
jihadistas e depois protegê-la”.
Esta nova
brigada, denominada “Os Guardiães do Tigre”, foi fundada com base no que sobrou
de uma força assíria criada em 2004 para proteger as igrejas da região.
Os
cristãos do Iraque nunca tinham formado milícias e, após a invasão americana de
2003, adotaram um perfil discreto em um momento em que o país mergulhava na
violência sectária ou deixaram o país.
Mas
aqueles que ficaram decidiram tomar as armas nos últimos meses. Várias milícias
cristãos se formaram assim e, embora não respondam ao comando militar dos
peshmergas, são apoiados pelas autoridades do Curdistão.