Uma breve análise do atual
cenário pastoral em nossos dias
Prezados leitores, gostaria de convidar
vocês a refletirem comigo sobre um dos vários problemas em nossa geração que
tem se tornado cada vez mais frequente em nossas igrejas, em especial no
tocante a gestão pastoral, que são os aspectos cada vez mais nítidos de uma
visão totalitária no cuidado com o rebanho do Senhor. A centralidade de poderes
importantes nas mãos de um homem sempre lhes trouxeram problemas pelo
encantamento e um sentimento falso de autossuficiência lhe fazendo passar, em
muitos casos, despercebido de suas responsabilidades com Deus e com aqueles a
quem lhes foi entregue para cuidar.
Em nossos dias tornou-se algo normal o
surgimento de líderes com posturas totalitárias e ditadoras, se valendo de uma
pseudo autoridade espiritual para levantar e sustentar um sistema de opressão
em nome de deus, pessoas que foram, em alguns casos, irremediavelmente
corrompidas pelo apego ao poder, assim como aos benefícios de tal condição e em
um contexto de analfabetismo funcional bíblico, pragmatismo, prosperidade e
tantos outros males que tem escurecido cada vez mais o entendimento e
discernimento do rebanho do Senhor, vale aquele ditado de que em terra de cego,
quem tem um olho é rei. A apatia da igreja e a falta de lideres sérios que
coloquem seu compromisso com Deus acima de qualquer coisa são fatores que
alimentam a ambição e a malícia desses lobos travestidos de ovelhas e em
consequência disso temos uma igreja fraca, carnal, soberba e entrando pela
porta larga e espaçosa da perdição cantando aleluia.
Este problema não é algo visto somente em
relação às igrejas neo pentecostais, mas algo que tem se espalhado como uma
praga e tem derrubado muitos lideres e igrejas sérias como também históricas. A
visão totalitária é algo que destoa do exemplo que Jesus Cristo nos deixou em
sua palavra e da prática dos primeiros cristãos na igreja primitiva, hoje não
se faz praticamente nada pensando nas reais necessidades do rebanho, a igreja
vive de paliativos que não resolvem suas carências, por conta disso presenciamos
um cenário cada vez mais preocupante, igrejas cheias de pessoas vazias, grandes
concentrações de pessoas que deixaram o jugo do pecado, mas em contra partida
abraçaram um outro jugo, o jugo da escravidão religiosa, seguindo lideres que
não tem compromisso com Deus, nem tão pouco com a sua palavra, líderes que vão
massagear seus egos, mas que não vão leva-las a ter uma experiência com o sumo
pastor Jesus Cristo.
Como bem disse o Pr. Ariovaldo Ramos, “vivemos
no Brasil um evangelho de coronéis”, lideres que dominam com mãos de ferro o
seu rebanho em função da manutenção do seu poder e de seu bel prazer, pessoas
que são tratados como semi deuses, pessoas que se acham no direito de falar o
que quiserem da forma que quiserem, sem terem o mínimo de preocupação com
qualquer tipo de querência bíblica nem tão pouco temor a Deus e a igreja, que
está cega pela religiosidade avarenta e individualista, glorifica a deus,
respaldando maldição em suas vidas. A motivação de muitos ministérios em nossos
dias é puramente comercial, não se abre mais congregações, se abrem filiais
para arrecadação, o trabalho nas congregações não é medido pelo trabalhar de
Deus nas vidas, mas pelo lucro em dízimos e ofertas. É por isso que
departamentos como EBD e Discipulado, assim como os seminários desses
ministérios não servem para formar cristãos de verdade, mas para domesticar os
fieis dentro do seu dogma religioso, dogma este que não os ensina a ser
obediente a Palavra de Deus, mas ao domínio do “pastor”, que com isso se mantém
absoluto no poder desconsiderando qualquer intervenção que possa comprometer
sua situação ou lhe causar algum tipo de desgaste. Quem sofre nesse caso são
aqueles lideres e pastores que auxiliam um líder com esta visão, pessoas que
estão presentes no dia a dia do rebanho, pessoas que se esforçam em prol de
fazer alguma coisa pelo povo, mas infelizmente seus esforços sempre esbarram
nas limitações impostas pelo líder maior deste ministério, que tenta segurar os
ímpetos daqueles que de alguma forma, no seu entendimento egoísta e
centralizador podem derruba-lo do trono.
Em alguns ministérios o exercício
eclesiástico tem sido a busca do poder pelo poder, por isso não há espaço para
se falar sobre serviço ou mordomia cristã na igreja, por que não se ensina mais
o servir a Jesus por quem ele é, mas sim pelo que ele pode nos dar no que diz
respeito a poder e principalmente domínio sobre a maioria.
Recentemente li um livro sobre competência
para o ministério pastoral, um trabalho interessante, uma ideia muito bem
construída, objetiva e com aspectos fundamentais a serem avaliados para o
ministério pastoral hoje. Em um dos pontos dente livro o autor nos falar sobre
a capacidade de reconhecer a competência de potenciais sucessores, isso é
importante para a continuidade do trabalho, mas não é algo fácil para um líder
totalitário, pois seus critérios são baseados nas suas conveniências, isso o
comprometera na escolha de possíveis sucessores, quando olhamos para a bíblia
podemos ver como este aspecto comprometeu a historia tanto de Israel como de
Judá, por conta de lideres que não deixaram um legado positivo e comprometeram
com a sua influencia o futuro do povo, os permitindo passar por maus bocados
com as pendências da sua ausência, pessoas que lideraram o povo sem compromisso
com Deus os levando a todo tipo de prática contraria a orientação divina e isso
tem acontecido em nossos dias.
Por conta desta visão totalitária e
ditadora de muitos lideres ministeriais, a Palavra de Deus não tem se
manifestado mais, nem tão pouco seus prodígios e sinais tem sido evidenciados
em nossos dias, estamos insensíveis a voz de Deus porque estamos ocupados
demais com aquilo que não é pão, como falou o profeta Isaías no capítulo 53 do
seu livro.
Deus não precisa mandar, anjo, nem descer
do céu para nos mostrar o que esta diariamente diante dos nossos olhos,
corruptos, fariseus, pessoas de dura servis, legalistas, pessoas que se
utilizam de sua posição eclesiástica para tirar vantagem do povo que Jesus
libertou pelo seu sangue, é tempo de nos mobilizar contra este sistema
religioso e contra esses lideres denominacionais que acham que porque são
presidentes das suas igrejas podem fazer o que quiser em nome de deus, mas eles
não podem, porque Jesus não morreu por denominação, ele morreu por todos
aqueles que creem no poder libertador do seu nome que nos trouxe das trevas
para sua maravilhosa luz. Meus irmãos, eu apelo a sua consciência cristã, não
se deixe escravizar por esta corja, pois o Senhor em sua palavra afirma que a
estes a sua recompensa já esta garantida e não é algo em que possamos ter
vontade de participar, mas devemos buscar viver na verdade que liberta e que
possibilita o homem se achegar a Deus e ter parte como coerdeiro da Jerusalém
celeste.
QUE DEUS VOS
ABENÇOE!!!
Vicente Leão