“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos
apascentem com conhecimento e com inteligência.” Jeremias 3:15.
A chamada para apascentar
“Antes que EU te formasse no ventre, te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; ás nações te dei por pastor.” (Grifo meu) Jeremias:1:5.
O Ministério Pastoral é importantíssimo para o desenvolvimento da igreja. O Pastor não é o único fator de crescimento em uma igreja, mas sua missão é de grande importância para a consolidação na igreja. O Ministério Pastoral é evidenciado de uma forma Divina quando Deus o chama e o vocaciona dando uma unção sobrenatural para realização do dom pastoral. Esta chamada é pessoal e marcada de uma forma específica para apascentar vidas preciosas. Deus deu a cada um a graça conforme a medida do dom de Cristo, para utilizar a pregação, o ensino, a administração e os cuidados pastorais no que diz respeito ao aconselhamento, consolidação, visitação e participação nos eventos e momentos sociais, enfim, realizar um ministério de serviço. Paulo identifica os meios para cumprir esse ministério, advertindo os que são chamados para desenvolver o serviço pastoral com ensinos e admoestações. O ministério pastoral não pode ser visto com a ótica profissional, pois tal chamado e vocação são de natureza espiritual, nenhuma instituição teológica seria capaz de formar um pastor, isso porque existe uma grande diferença entre um chamado pastor e um pastor chamado, todavia, a capacitação teológica trará capacitação e conhecimento que ajudarão aos pastores chamados por Deus.
A preparação para o ministério.
“Os profetas e os pastores percorrem a terra, e nada sabem.” (Grifo meu) Jeremias 14: 18b.
O ministério pastoral não pode ser desenvolvido sem critérios que venham marcar e dar referência de que tal ministério tem a aprovação de Deus. A experiência da salvação é de fundamental importância para a vida do vocacionado, pois só assim o revestimento do Espírito Santo será cumprido. O Senhor, na sua presciência, tem na sua Soberania levantado seus eleitos e preparados para a realização do ministério no serviço pastoral. O pastor deve ter experiência para qualificar-se a um ministério eficaz, na perspectiva de realizar, através dos seus conhecimentos empíricos e acadêmicos, um serviço pastoral com melhor desempenho. Quando refletimos a vocação e o chamado de Moisés, entendemos como Deus o preparou na faculdade teológica do deserto, revelando a Moisés como seria seu ministério, apesar do conhecimento acadêmico que tinha aprendido no Egito. O Apóstolo Paulo também tem sua vocação e chamado um tanto quanto parecido com o de Moisés, isso porque um período lhe é reservado por Deus de mais de três anos, recebendo revelações teológicas para realizar seu ministério com muita excelência. Não se pode negar o valor da educação teológica na preparação para o ministério pastoral, o pastor precisa ter a aquisição do conhecimento, Paulo exorta não colocar Neófitos à frente de uma igreja, pois terá um ministério fatalmente sem êxito. A vida pastoral precisa ser realizada com a marca registrada da fé, da comunhão com Deus de uma vida devocional aonde Deus vai lhe revelar sua vontade, porém, o conhecimento acadêmico o ajudará a desenvolver tal intimidade com Deus. O pastor que não ler é oco, pois Paulo pede a Timóteo que não esqueça dos livros e pergaminhos que havia deixado em Trôade na casa de Carpo, mostrando a importância de está atualizado com o conhecimento. O Grau de conhecimento intelectual propiciará ao pastor um ministério capaz de enfrentar todos os tipos de auditório, sem se sentir inferiorizado. O Pastor precisa saber que Deus traz a unção, mas é sua responsabilidade em buscar conhecimento para que a pregação tenha qualidade na sua transmissão.
O Caráter do Pastor.
“Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor.” Jeremias 23.
Jesus identifica a árvore de acordo com os seus frutos, assim também não deixa de ser o reconhecimento do ministro da palavra, o pastor, seus frutos devem indicar seu caráter, seu chamado e seu ministério. É importante que os ministros da palavra, os pastores, comecem com o desejo inerente de fazer diferença neste mundo, pensem no tamanho desta responsabilidade em viver uma vida ministerial com fidelidade, sacrifício, coragem onde a integridade seja percebida. Os tempos são difíceis, pois vivemos em uma sociedade sórdida, uma verdadeira guerra moral, onde valores éticos têm sido alterados em nome de uma liberdade e de uma impunidade sem limites. Como resultado, temos visto que a corrupção vem atingindo os que não tem tido a preocupação de vigiar e buscar a face de Deus. O ministério pastoral exige uma vida de dignidade e de exemplo. As qualidades no caráter devem refletir o que o ministro prega, fala, pois sua mensagem e fruto de sua vida cristã diante de Deus, “o pastor prega o que vive e vive o que prega”. O ministro é a vitrine em termos de dar referência a uma comunidade e sociedade que precisa de referencial. Paulo diz: “sede exemplo aos fiéis” e descreve características de caráter, (Palavra, no trato, no amor) e na vida espiritual, (no espírito, na fé e na pureza). O pastor precisa buscar em Deus uma vida de piedade, de obras que transmitam a vida de Deus.
O Ministro em sua vida Particular.
“... Sê exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.” 1Timóteo 4:12.
É impossível querer vive uma vida dupla, ou uma dupla personalidade no ministério, pois não há nada oculto que não venha a ser revelado. O pastor é desafiado a viver uma vida particular baseada e dirigida pela palavra a qual ele crer e prega como regra de fé e prática. A vida particular do pastor tem que ser administrada de uma forma em que a própria sociedade o reconheça como uma pessoa diferente e que mereça respeito e admiração, para isso, tudo começa efetivamente dentro da sua própria casa em sua família. Paulo traz como requisito para a vida de um pastor a maneira como ele trata e vive em família, pois quem não consegue ter fidelidade e amor para com a sua esposa assim como Cristo amou a sua igreja e governa bem a sua casa mantendo em temor e disciplina seus filhos não podem governar a casa de Deus, a sua igreja. A vida familiar será reflexo dos seus ensinos, de suas mensagens, dos seus conselhos, dos seus frutos espirituais que precisam ser vistos na prática. O pastor precisa compreender que os filhos do sacerdote Eli foram o que foram, rebeldes, hipócritas, porque lhes faltou disciplina, governo e princípio de autoridade. É importante que o Pastor também saiba administrar tempo para cuidar do seu corpo que é templo do Espírito Santo, buscando ter momentos de lazer para reelaborar suas forças e trazer equilíbrio físico. Muitos pastores andam estressados e cansados porque não têm responsabilidade em preservar momentos de lazer em família e até pessoal. O Pastor em sua vida diária precisa ter entusiasmo em realizar a obra de Deus de forma organizada sabendo que o ministério pastoral requer dedicação, empenho e sacrifício em aconselhar, visitar e cumprir agendas que eventualmente será convidado e assim remir bem o tempo como Paulo mesmo ensinou.
A esposa do Pastor.
“Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” Efésios 5:28.
A esposa do pastor tem uma grande parcela de responsabilidade no ministério pastoral, pois como poderia um ministério ter desenvolvimento, crescimento, sem uma esposa que compreenda e se coloque como auxiliadora nos momentos de grandes decisões e afirmações na igreja. O mistério pastoral só terá êxito se do seu lado a esposa for participativa no seu ministério. Muitas vezes a demanda ministerial, no que diz respeito a problemas de pessoas de personalidade difíceis, dificuldades financeiras, problemas administrativos da igreja, o estresse pastoral tem gerado conflitos em relacionamentos conjugal do pastor, é preciso, então, que a esposa compreenda que ser pastor é ter que enfrentar desafios, dificuldades que precisam ser superadas com amor, aceitação, resignação e humildade, sabendo que em tudo o nome de Jesus deve ser glorificado. É responsabilidade do pastor mostrar o valor da sua esposa no seu ministério, pois quem irá compreender e apascentar o pastor se não sua esposa. A esposa deve nutrir a graça de Sara que recebeu a benção de ser mãe de uma grande nação; a de Maria que buscava a Deus a ponto de ser referência para todas as mulheres; Isso não significa que sua personalidade deve ser alterada, mas o seu papel é de sublime valor, para o desempenho do pastor. O pastor tem um ministério, mas a esposa tem um casamento com o ministério do pastor.
O Caráter na obra Ministerial.
“... Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja.” 1 Timóteo 3:1.
O Ministro da palavra, o pastor, deve ser reconhecido pelo seu testemunho e amor a obra de Deus, como Elias foi, “ali vai um homem de Deus”. Hoje, a palavra pastor, e a função pastoral passaram a ser vista pela sociedade como algo “vulgar”, sem expressão, sem respeito até, isso por varias formas de pensar e também de maus exemplos dados por pastores. Mas o pastor é de um exercício sublime e de natureza especial, pois apascenta ovelhas que não lhe pertencem, mas que lhe foi confiado por Deus. Sua missão é de ser o mensageiro do evangelho, transmitir as revelações de Deus que estão inseridas nas escrituras com paciência e verdade. O pastor é um supervisor, aquele que busca não só operacionalizar, mas gerenciar, coordenador as áreas da igreja com responsabilidade, autoridade e conhecimento. O pastor precisa como atalaia, zelar, cuidar, procurando proteger de situações e circunstâncias que venham ameaçar o rebanho do Senhor. Como Embaixador, o pastor é um servo do reino de Deus na terra que tem autoridade e legalidade para exercer o papel de proclamar e refletir a normas, regras, valores, conceitos da pátria que ele tanto prega, o céu. Seu dom é pastoral, aquele que cuida de ovelhas, mas tem unção profética, sacerdotal, pois busca ensinar, dirigir, servir aos outros na perspectiva de ganhá-los para Cristo e discipulá-los para cumprir a ordenança deixada por seu mestre Jesus. O Pastor é um cooperador, semeador, soldado que está pronto a fazer o reino de Deus crescer, onde seu tempo e sua vida estão voluntariamente dedicados e oferecidos ao serviço do reino de Deus. Como o Apóstolo Paulo, o Pastor precisa dizer: “tenho por perda todas as coisas pela excelência e o conhecimento de Cristo Jesus” e assim cumprir o seu ministério com amor e dedicação, mesmo que o sacrifício lhe reserve a morte.
As Relações do Ministério.
“Procura apresenta-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar...” 2 Timóteo 2:15.
A relação primordial que o pastor deve nutrir com responsabilidade e muita dedicação, sem permitir que as atividades cotidianas e afazeres pessoais lhe tirem é a sua comunhão com Deus através da oração e da leitura e estudo da Palavra. O pastor deve manter sua devocional como uma necessidade que precisa ser satisfeita e não permitir que nada venha obstruir seu momento com Deus. Seu ministério só terá sentido, capacidade, superação, se o seu relacionamento com Deus for um desejo de coração sedento por Deus. O pastor tem que manter seu relacionamento com a igreja buscando ter comunhão com suas ovelhas, porém sempre tendo em mente o que Paulo ensinou, não permitindo que ninguém despreze o seu dom pastoral. A relação pastor e igreja devem ser de paz, de amor, de perdão, de compreensão de aceitação, de respeito procurando manter o vínculo da perfeição que é o amor. Todavia, sabendo que não é fácil, mas é preciso ter essa consciência e assim orar e exortar por isso. Um outro relacionamento que o pastor precisa manter equilibrado é sua participação e envolvimento coma sua comunidade, sociedade. O pastor é o servo de Deus, o Cooperador do reino, o despenseiro que vai cuidar das coisas espirituais de Deus, O intercessor que mantém diante de Deus as causas de seu povo e da sua comunidade, aquele que tem desejo de aconselhar, buscar quem está desviado ou afastado do caminho do evangelho. O pastor tem um coração quebrantado e desejo de manter a comunhão do rebanho. O Pastor tem o desejo de levar o rebanho a cultuar a Deus em espírito e em verdade.
O ministro e seu Gabinete.
“... Quando ele vier a nós, ali se recolherá.” 2 Reis 4: 10
O gabinete é sua oficina, seu laboratório, sua sala cirúrgica, seu consultório, seu divã para receber a todos com o propósito de ministrar a palavra de Deus e assim tratar aqueles que precisam. O seu gabinete também deve ser sua sala de aula, de pesquisa, onde o estudo da palavra deve ser feito com o desejo de interpretar a palavra com muito empenho, usando a ciência da hermenêutica e a exegese bíblica. A necessidade de leituras de livros, de artigos, de pesquisas que hoje se tem tanta facilidade pela internet, deve ser um hábito, para contribuir no conhecimento intelectual do pastor. O gabinete deve ser um ambiente bem estruturado e preparado para as demandas que o ministério pastoral exige.
O Ministro e o Púlpito.
“Esdras, o escriba, estava num púlpito de madeira, que tinha sido feito para esse fim.”Neemias 8:4.
O púlpito é a tribuna mais importante que alguém pode estar para transmitir uma mensagem aos homens. Do púlpito saem palavras de vida ou de morte, de esperança ou de dúvidas, a mensagem do pastor deve corresponder com a seriedade que o púlpito lhe impõe. O púlpito dirá quem é o pastor, pois o púlpito não é lugar para quem não está preparado, para quem não tem responsabilidade com o povo. A vida do pastor vai refletir no púlpito, não é preciso ter que imitar ninguém, pois do púlpito, Deus é quem vai usar o pregador. Charles Spurgeon dizia que do púlpito deve fluir o fogo do Espírito Santo, isso diz tudo. O púlpito é lugar de dizer o que Deus quer, é fazer o nome do Senhor ser engrandecido, exaltado e conhecido. O púlpito não é palco de circo, onde espetáculos devem ser apresentados para satisfação humana e pessoal.
O Ministério da Visitação.
“procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida bem dos teus rebanhos” Provérbios 27:23
É um campo vastíssimo que o pastor pode aproveitar para desenvolver consolidação, exortação, comunhão e aconselhamento. A visita tem o objetivo de buscar conhecer o estado da ovelha. Na visita o pastor pode criar uma amizade, uma comunhão, um relacionamento, isso significa uma maior aproximação. A visita pode gerar alívio, confissão e até restauração quando algum assunto ou atitudes tenham criado uma barreira de relacionamento entre ovelha e igreja e ovelha e pastor. A visitação tem por finalidade beneficiar a igreja, o reino de Deus. Na visitação o pastor precisa ter cuidado com o horário, o tempo, a aparência do mal. Visitar não salva, mas gera comunhão.
Ética Pastoral.
“ ... o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, não dado ao vinho,não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso...” 1 Timóteo 3: 2 a 4.
O Apostolo Paulo diz: “Mas a impudicícia e toda sorte de impureza, cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a Santos”, isso significa que o pastor deve buscar viver uma vida ética que não lhe venha ser repreendido. Na teoria, o padrão estabelecido é, sem dúvida, exemplar. Na prática o pastor não pode estar sitiado, batalhando para que os outros creiam nele. Martinho Lutero disse: “três coisas fazem um Pastor: a oração, a meditação e a tentação” por quê? As três referências lhe abrem a consciência para compreender as grandes verdades bíblicas, espirituais. Quando há hipocrisia na vida do ministro é só uma questão de tempo e ele cairá na sua própria armadilha. São as tentações que levam o pastor a ser uma presa fácil de queda ética. O pastor precisa manter sua ética em relação a sua vida pessoal como também aos seus relacionamentos com outros pastores, procurando honrar, respeitar, ajudar e até não difamar seus colegas de ministérios. O pastor não deve fazer mercantilismo com o evangelho, não deve fazer plágio sem comentar a fonte, não deve procurar se colocar em posição de admiração como se fosse o pastor ideal para qualquer igreja, não deve cobiçar o ministério alheio. O Pastor antes de tudo deve ter cuidado para se guardar e guardar os outros, mesmo nos seus erros.
Pr.Israel Jordão.
A chamada para apascentar
“Antes que EU te formasse no ventre, te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; ás nações te dei por pastor.” (Grifo meu) Jeremias:1:5.
O Ministério Pastoral é importantíssimo para o desenvolvimento da igreja. O Pastor não é o único fator de crescimento em uma igreja, mas sua missão é de grande importância para a consolidação na igreja. O Ministério Pastoral é evidenciado de uma forma Divina quando Deus o chama e o vocaciona dando uma unção sobrenatural para realização do dom pastoral. Esta chamada é pessoal e marcada de uma forma específica para apascentar vidas preciosas. Deus deu a cada um a graça conforme a medida do dom de Cristo, para utilizar a pregação, o ensino, a administração e os cuidados pastorais no que diz respeito ao aconselhamento, consolidação, visitação e participação nos eventos e momentos sociais, enfim, realizar um ministério de serviço. Paulo identifica os meios para cumprir esse ministério, advertindo os que são chamados para desenvolver o serviço pastoral com ensinos e admoestações. O ministério pastoral não pode ser visto com a ótica profissional, pois tal chamado e vocação são de natureza espiritual, nenhuma instituição teológica seria capaz de formar um pastor, isso porque existe uma grande diferença entre um chamado pastor e um pastor chamado, todavia, a capacitação teológica trará capacitação e conhecimento que ajudarão aos pastores chamados por Deus.
A preparação para o ministério.
“Os profetas e os pastores percorrem a terra, e nada sabem.” (Grifo meu) Jeremias 14: 18b.
O ministério pastoral não pode ser desenvolvido sem critérios que venham marcar e dar referência de que tal ministério tem a aprovação de Deus. A experiência da salvação é de fundamental importância para a vida do vocacionado, pois só assim o revestimento do Espírito Santo será cumprido. O Senhor, na sua presciência, tem na sua Soberania levantado seus eleitos e preparados para a realização do ministério no serviço pastoral. O pastor deve ter experiência para qualificar-se a um ministério eficaz, na perspectiva de realizar, através dos seus conhecimentos empíricos e acadêmicos, um serviço pastoral com melhor desempenho. Quando refletimos a vocação e o chamado de Moisés, entendemos como Deus o preparou na faculdade teológica do deserto, revelando a Moisés como seria seu ministério, apesar do conhecimento acadêmico que tinha aprendido no Egito. O Apóstolo Paulo também tem sua vocação e chamado um tanto quanto parecido com o de Moisés, isso porque um período lhe é reservado por Deus de mais de três anos, recebendo revelações teológicas para realizar seu ministério com muita excelência. Não se pode negar o valor da educação teológica na preparação para o ministério pastoral, o pastor precisa ter a aquisição do conhecimento, Paulo exorta não colocar Neófitos à frente de uma igreja, pois terá um ministério fatalmente sem êxito. A vida pastoral precisa ser realizada com a marca registrada da fé, da comunhão com Deus de uma vida devocional aonde Deus vai lhe revelar sua vontade, porém, o conhecimento acadêmico o ajudará a desenvolver tal intimidade com Deus. O pastor que não ler é oco, pois Paulo pede a Timóteo que não esqueça dos livros e pergaminhos que havia deixado em Trôade na casa de Carpo, mostrando a importância de está atualizado com o conhecimento. O Grau de conhecimento intelectual propiciará ao pastor um ministério capaz de enfrentar todos os tipos de auditório, sem se sentir inferiorizado. O Pastor precisa saber que Deus traz a unção, mas é sua responsabilidade em buscar conhecimento para que a pregação tenha qualidade na sua transmissão.
O Caráter do Pastor.
“Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor.” Jeremias 23.
Jesus identifica a árvore de acordo com os seus frutos, assim também não deixa de ser o reconhecimento do ministro da palavra, o pastor, seus frutos devem indicar seu caráter, seu chamado e seu ministério. É importante que os ministros da palavra, os pastores, comecem com o desejo inerente de fazer diferença neste mundo, pensem no tamanho desta responsabilidade em viver uma vida ministerial com fidelidade, sacrifício, coragem onde a integridade seja percebida. Os tempos são difíceis, pois vivemos em uma sociedade sórdida, uma verdadeira guerra moral, onde valores éticos têm sido alterados em nome de uma liberdade e de uma impunidade sem limites. Como resultado, temos visto que a corrupção vem atingindo os que não tem tido a preocupação de vigiar e buscar a face de Deus. O ministério pastoral exige uma vida de dignidade e de exemplo. As qualidades no caráter devem refletir o que o ministro prega, fala, pois sua mensagem e fruto de sua vida cristã diante de Deus, “o pastor prega o que vive e vive o que prega”. O ministro é a vitrine em termos de dar referência a uma comunidade e sociedade que precisa de referencial. Paulo diz: “sede exemplo aos fiéis” e descreve características de caráter, (Palavra, no trato, no amor) e na vida espiritual, (no espírito, na fé e na pureza). O pastor precisa buscar em Deus uma vida de piedade, de obras que transmitam a vida de Deus.
O Ministro em sua vida Particular.
“... Sê exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.” 1Timóteo 4:12.
É impossível querer vive uma vida dupla, ou uma dupla personalidade no ministério, pois não há nada oculto que não venha a ser revelado. O pastor é desafiado a viver uma vida particular baseada e dirigida pela palavra a qual ele crer e prega como regra de fé e prática. A vida particular do pastor tem que ser administrada de uma forma em que a própria sociedade o reconheça como uma pessoa diferente e que mereça respeito e admiração, para isso, tudo começa efetivamente dentro da sua própria casa em sua família. Paulo traz como requisito para a vida de um pastor a maneira como ele trata e vive em família, pois quem não consegue ter fidelidade e amor para com a sua esposa assim como Cristo amou a sua igreja e governa bem a sua casa mantendo em temor e disciplina seus filhos não podem governar a casa de Deus, a sua igreja. A vida familiar será reflexo dos seus ensinos, de suas mensagens, dos seus conselhos, dos seus frutos espirituais que precisam ser vistos na prática. O pastor precisa compreender que os filhos do sacerdote Eli foram o que foram, rebeldes, hipócritas, porque lhes faltou disciplina, governo e princípio de autoridade. É importante que o Pastor também saiba administrar tempo para cuidar do seu corpo que é templo do Espírito Santo, buscando ter momentos de lazer para reelaborar suas forças e trazer equilíbrio físico. Muitos pastores andam estressados e cansados porque não têm responsabilidade em preservar momentos de lazer em família e até pessoal. O Pastor em sua vida diária precisa ter entusiasmo em realizar a obra de Deus de forma organizada sabendo que o ministério pastoral requer dedicação, empenho e sacrifício em aconselhar, visitar e cumprir agendas que eventualmente será convidado e assim remir bem o tempo como Paulo mesmo ensinou.
A esposa do Pastor.
“Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” Efésios 5:28.
A esposa do pastor tem uma grande parcela de responsabilidade no ministério pastoral, pois como poderia um ministério ter desenvolvimento, crescimento, sem uma esposa que compreenda e se coloque como auxiliadora nos momentos de grandes decisões e afirmações na igreja. O mistério pastoral só terá êxito se do seu lado a esposa for participativa no seu ministério. Muitas vezes a demanda ministerial, no que diz respeito a problemas de pessoas de personalidade difíceis, dificuldades financeiras, problemas administrativos da igreja, o estresse pastoral tem gerado conflitos em relacionamentos conjugal do pastor, é preciso, então, que a esposa compreenda que ser pastor é ter que enfrentar desafios, dificuldades que precisam ser superadas com amor, aceitação, resignação e humildade, sabendo que em tudo o nome de Jesus deve ser glorificado. É responsabilidade do pastor mostrar o valor da sua esposa no seu ministério, pois quem irá compreender e apascentar o pastor se não sua esposa. A esposa deve nutrir a graça de Sara que recebeu a benção de ser mãe de uma grande nação; a de Maria que buscava a Deus a ponto de ser referência para todas as mulheres; Isso não significa que sua personalidade deve ser alterada, mas o seu papel é de sublime valor, para o desempenho do pastor. O pastor tem um ministério, mas a esposa tem um casamento com o ministério do pastor.
O Caráter na obra Ministerial.
“... Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja.” 1 Timóteo 3:1.
O Ministro da palavra, o pastor, deve ser reconhecido pelo seu testemunho e amor a obra de Deus, como Elias foi, “ali vai um homem de Deus”. Hoje, a palavra pastor, e a função pastoral passaram a ser vista pela sociedade como algo “vulgar”, sem expressão, sem respeito até, isso por varias formas de pensar e também de maus exemplos dados por pastores. Mas o pastor é de um exercício sublime e de natureza especial, pois apascenta ovelhas que não lhe pertencem, mas que lhe foi confiado por Deus. Sua missão é de ser o mensageiro do evangelho, transmitir as revelações de Deus que estão inseridas nas escrituras com paciência e verdade. O pastor é um supervisor, aquele que busca não só operacionalizar, mas gerenciar, coordenador as áreas da igreja com responsabilidade, autoridade e conhecimento. O pastor precisa como atalaia, zelar, cuidar, procurando proteger de situações e circunstâncias que venham ameaçar o rebanho do Senhor. Como Embaixador, o pastor é um servo do reino de Deus na terra que tem autoridade e legalidade para exercer o papel de proclamar e refletir a normas, regras, valores, conceitos da pátria que ele tanto prega, o céu. Seu dom é pastoral, aquele que cuida de ovelhas, mas tem unção profética, sacerdotal, pois busca ensinar, dirigir, servir aos outros na perspectiva de ganhá-los para Cristo e discipulá-los para cumprir a ordenança deixada por seu mestre Jesus. O Pastor é um cooperador, semeador, soldado que está pronto a fazer o reino de Deus crescer, onde seu tempo e sua vida estão voluntariamente dedicados e oferecidos ao serviço do reino de Deus. Como o Apóstolo Paulo, o Pastor precisa dizer: “tenho por perda todas as coisas pela excelência e o conhecimento de Cristo Jesus” e assim cumprir o seu ministério com amor e dedicação, mesmo que o sacrifício lhe reserve a morte.
As Relações do Ministério.
“Procura apresenta-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar...” 2 Timóteo 2:15.
A relação primordial que o pastor deve nutrir com responsabilidade e muita dedicação, sem permitir que as atividades cotidianas e afazeres pessoais lhe tirem é a sua comunhão com Deus através da oração e da leitura e estudo da Palavra. O pastor deve manter sua devocional como uma necessidade que precisa ser satisfeita e não permitir que nada venha obstruir seu momento com Deus. Seu ministério só terá sentido, capacidade, superação, se o seu relacionamento com Deus for um desejo de coração sedento por Deus. O pastor tem que manter seu relacionamento com a igreja buscando ter comunhão com suas ovelhas, porém sempre tendo em mente o que Paulo ensinou, não permitindo que ninguém despreze o seu dom pastoral. A relação pastor e igreja devem ser de paz, de amor, de perdão, de compreensão de aceitação, de respeito procurando manter o vínculo da perfeição que é o amor. Todavia, sabendo que não é fácil, mas é preciso ter essa consciência e assim orar e exortar por isso. Um outro relacionamento que o pastor precisa manter equilibrado é sua participação e envolvimento coma sua comunidade, sociedade. O pastor é o servo de Deus, o Cooperador do reino, o despenseiro que vai cuidar das coisas espirituais de Deus, O intercessor que mantém diante de Deus as causas de seu povo e da sua comunidade, aquele que tem desejo de aconselhar, buscar quem está desviado ou afastado do caminho do evangelho. O pastor tem um coração quebrantado e desejo de manter a comunhão do rebanho. O Pastor tem o desejo de levar o rebanho a cultuar a Deus em espírito e em verdade.
O ministro e seu Gabinete.
“... Quando ele vier a nós, ali se recolherá.” 2 Reis 4: 10
O gabinete é sua oficina, seu laboratório, sua sala cirúrgica, seu consultório, seu divã para receber a todos com o propósito de ministrar a palavra de Deus e assim tratar aqueles que precisam. O seu gabinete também deve ser sua sala de aula, de pesquisa, onde o estudo da palavra deve ser feito com o desejo de interpretar a palavra com muito empenho, usando a ciência da hermenêutica e a exegese bíblica. A necessidade de leituras de livros, de artigos, de pesquisas que hoje se tem tanta facilidade pela internet, deve ser um hábito, para contribuir no conhecimento intelectual do pastor. O gabinete deve ser um ambiente bem estruturado e preparado para as demandas que o ministério pastoral exige.
O Ministro e o Púlpito.
“Esdras, o escriba, estava num púlpito de madeira, que tinha sido feito para esse fim.”Neemias 8:4.
O púlpito é a tribuna mais importante que alguém pode estar para transmitir uma mensagem aos homens. Do púlpito saem palavras de vida ou de morte, de esperança ou de dúvidas, a mensagem do pastor deve corresponder com a seriedade que o púlpito lhe impõe. O púlpito dirá quem é o pastor, pois o púlpito não é lugar para quem não está preparado, para quem não tem responsabilidade com o povo. A vida do pastor vai refletir no púlpito, não é preciso ter que imitar ninguém, pois do púlpito, Deus é quem vai usar o pregador. Charles Spurgeon dizia que do púlpito deve fluir o fogo do Espírito Santo, isso diz tudo. O púlpito é lugar de dizer o que Deus quer, é fazer o nome do Senhor ser engrandecido, exaltado e conhecido. O púlpito não é palco de circo, onde espetáculos devem ser apresentados para satisfação humana e pessoal.
O Ministério da Visitação.
“procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida bem dos teus rebanhos” Provérbios 27:23
É um campo vastíssimo que o pastor pode aproveitar para desenvolver consolidação, exortação, comunhão e aconselhamento. A visita tem o objetivo de buscar conhecer o estado da ovelha. Na visita o pastor pode criar uma amizade, uma comunhão, um relacionamento, isso significa uma maior aproximação. A visita pode gerar alívio, confissão e até restauração quando algum assunto ou atitudes tenham criado uma barreira de relacionamento entre ovelha e igreja e ovelha e pastor. A visitação tem por finalidade beneficiar a igreja, o reino de Deus. Na visitação o pastor precisa ter cuidado com o horário, o tempo, a aparência do mal. Visitar não salva, mas gera comunhão.
Ética Pastoral.
“ ... o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, não dado ao vinho,não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso...” 1 Timóteo 3: 2 a 4.
O Apostolo Paulo diz: “Mas a impudicícia e toda sorte de impureza, cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a Santos”, isso significa que o pastor deve buscar viver uma vida ética que não lhe venha ser repreendido. Na teoria, o padrão estabelecido é, sem dúvida, exemplar. Na prática o pastor não pode estar sitiado, batalhando para que os outros creiam nele. Martinho Lutero disse: “três coisas fazem um Pastor: a oração, a meditação e a tentação” por quê? As três referências lhe abrem a consciência para compreender as grandes verdades bíblicas, espirituais. Quando há hipocrisia na vida do ministro é só uma questão de tempo e ele cairá na sua própria armadilha. São as tentações que levam o pastor a ser uma presa fácil de queda ética. O pastor precisa manter sua ética em relação a sua vida pessoal como também aos seus relacionamentos com outros pastores, procurando honrar, respeitar, ajudar e até não difamar seus colegas de ministérios. O pastor não deve fazer mercantilismo com o evangelho, não deve fazer plágio sem comentar a fonte, não deve procurar se colocar em posição de admiração como se fosse o pastor ideal para qualquer igreja, não deve cobiçar o ministério alheio. O Pastor antes de tudo deve ter cuidado para se guardar e guardar os outros, mesmo nos seus erros.
Pr.Israel Jordão.