RESUMO
O
presente artigo tem como finalidade mostrar que os evidencialistas insistem que
a apologética não pode começar a partir do pressuposto do Deus da Bíblia. A epistemologia
evidencialista, começa no mesmo lugar que a epistemologia do descrente. Ambas
pressupõem que o universo pode ser interpretado pela mente humana sem se referi
a Deus. Eles tentam raciocinar a partir de dados (a ordem no universo, a
ressurreição) para os princípios metafísicos (a existência de Deus, a divindade
de Cristo). A base da fé, Segundo os evidencialistas, a certeza absoluta é algo
impossível. O melhor que se pode esperar é um alto grau de probabilidade. Eles
dizem que entre as várias cosmovisões possíveis, o cristianismo é o mais
provável, e por isto deve ser aceito. A grande problemática dos Evidencialistas
e que, se o descrente pode descobrir a verdade e interpretar o universo sem
Deus, então por que ele precisa de Deus? E como é que o evidencialista sabe que
existe uma correspondência entre as percepções da sua mente e o mundo exterior?
O evidencialismo pode ser muito útil, contanto que seja inserido num arcabouço
de pressupostos suficientes para sustentá-lo. Somente o evidencialismo não
basta para comprovar o cristianismo.
Palavras-Chaves: Evidencias ,Pressupostos,Aspectos
Negativos,
INTRODUÇÂO
A
Apologética Evidencialista, alega que as evidências materiais favorecem a
validade do cristianismo. O evidencialista começa num ponto comum com os
não-cristãos, presumindo que os sentidos e a inteligência são ferramentas útepara
descobrir a verdade. Ele menciona registros históricos em favor da Bíblia,
procurando demonstrar que:
Apesar de suas partes
mais recentes terem sido escritas há quase dois milênios, ela foi preservada
por fiéis copistas, de modo que o sentido de seu texto permaneceu inalterado ao
longo dos séculos, como nenhum outro livro antigo chega perto de ser;
Ela contém
profecias pontualmente cumpridas, que anteciparam eventos internacionais em
dezenas ou centenas de anos;
Ela
é harmoniosa do começo ao fim, formando um único pensamento, apesar de seus
autores possuírem diversas formações e culturas, e, muitas vezes, não
conhecerem os livros uns dos outros;
Ela é precisa arqueologicamente, se referindo a detalhes
que, por inexatidão científica, eram contestados pelos historiadores, até serem
esclarecidos por escavações posteriores.
Então,
quando a razão mostra-se limitada para encontrar respostas a questões que
transcendem o campo da investigação, tais como o sentido da existência, o
evidencialista recomenda a aceitação do cristianismo, pelas abundantes
evidências acumuladas em favor dessa religião. Todas as palavras contidas na
Bíblia são fiéis de Gênesis a Apocalipse.
O uso Correto das Evidencias na defesa
da Fé Cristã
O
Dr. Greg Bahnsem, explica qual o uso correto das evidências na defesa da Fé
Cristã.
Na
crença popular, hoje, na escolha de um método apologético, um Cristão-Bíblico
defronta-se entre argumentar pressuposicionalmente ou apelar para evidências
histórica ou natural em favor do Cristianismo. Mas, isto é inteiramente errado.
A Apologética Pressuposicional endossa e, até mesmo, encoraja o uso das
evidências – mas não oferece as evidências da forma “tradicional”, como um
recurso à autoridade da (alegadamente) razão autônoma do incrédulo. Incrédulos
que estão autoconscientes em sua autonomia, geralmente lutarão com todas as
suas forças contra os “fatos” que nós possamos utilizar a favor da veracidade
da Bíblia.
O
uso pressuposicional das evidências na apologética reconhece que, no final das
contas, o conflito intelectual entre Crentes e Incrédulos é uma questão de
Cosmovisões. Devemos mostrar que a Cosmovisão Incrédula, pelo qual ele deseja
opor-se às reivindicações da fé, não apenas exclui os fatos da Escritura, mas
exclui a completa inteligibilidade de quaisquer fatos sobre qualquer assunto.
Por esta razão, Van Til não desistiu de que o apologista não cometesse o engano
de pretender ser neutro ou autônomo no raciocínio, mas apresenta-se sua defesa
fatual de modo correto e de modo claro ao Incrédulo. “Cristianismo, então, não
precisa refugiar-se sob o teto de um método cientifico independente de si
mesmo. De preferência, oferece-se como um teto para métodos que seriam
científicos.”
Se a
inteligibilidade do raciocínio indutivo, empírico usado pelo Incrédulo se opor
à Fé faz algum sentido filosófico, o Incrédulo precisará afirmar a Fé Cristã
como sua pressuposição ou cosmovisão! O esforço do dos Incrédulos devem ser
voltados contra sua própria incredulidade. Isso é simplesmente a maneira
pressuposicional de defender a fé e pressionar os argumentos evidenciais.
A
força evidencial da ressurreição de Cristo é perdida quando o argumento da
evidência para isto é apresentada ao incrédulo dentro do contexto das
pressuposições bíblicas? De modo algum, a Apologética Pressuposicional convoca
o Cristão e o Não-Cristão a colocarem suas cosmovisões lado a lado e a fazer um
exame interno de ambas em suas respectivas “lógicas internas”. Em tal
comparação, a força evidencial da ressurreição de Cristo é facilmente
estabelecida.
Mas
alguém poderia perguntar-se: “se os pressupostos já requerem que a Bíblia seja
verdade e, portanto, que Cristo já ressuscitou dentre os mortos, como poderia a
evidência ser exercer influência?” Bem, depois que a buzina apita após a bola
ser lançada na cesta, o apito torna-se uma questão do passado e nós, mesmo
sabendo o resultado do jogo, ainda estamos estarrecidos pelo arremesso e
podemos assistir impressionados quando observamos o replay do jogo. O arremesso
é ainda impressionante, mesmo quando você sabe o contexto e o resultado.
E a
ressurreição do nosso Senhor é muito mais impressionante, mesmo quando a
abordamos dentro do contexto das verdades pressupostas pela Bíblia. Os Cristãos
prontamente diriam aos Incrédulos: “Dentro de nossa cosmovisão, as evidências
mostram que Deus ressuscitou Cristo dentre os mortos; ainda mais surpreendente,
Ele o fez por amor para salvar pecadores como nós” – sua cosmovisão não tem
nada tão impressionante como isto, mas, realmente, causa absurdo dentro da
história, ciência e raciocínio.” A escolha deveria ser óbvia.
A
apologética evidencialista apresenta três fraquezas principais, segundo Vicente
Cheung, senão vejamos.
“Primeiro, biblicamente
falando, o evidencialismo é infiel. Suas suposições, raciocínios e intenções
não refletem o que a Escritura diz sobre Deus, o homem, a verdade e o pecado.
Mas visto, que estamos fazendo apologética para defender a fé da Escritura,
essa abordagem mina seu próprio propósito professo desde o início. E se a
Bíblia é uma revelação da verdade, então algo que a contradiga deve ser falso.
Segundo,
racionalmente falando ele é impossível. Ele começa e prossegue com os mesmos
primeiros princípios, a mesma base irracional, que os incrédulos afirmam. O
não-cristão confia em sua própria sensação, mas não pode fornecer uma
justificativa para o empirismo. Ele apela para a sua intuição, mas não pode
mostrar que a mesma reflete outra coisa que não seu preconceito subjetivo. Ele
confia no seu raciocínio indutivo, mas não pode demonstrar sua validade
racional. Ele pratica o método científico, que além de formalmente falacioso,
depende da indução, sensação e frequentemente da intuição também.
Terceiro,
falando de maneira prática, o evidencialismo não pode ser usado. Mesmo que
ignoremos a primeira e a segunda série de problemas com o evidencialismo, na
prática sua eficácia depende da credulidade do oponente. Essa abordagem pode
fazer afirmações e alegações sobre “evidências”, que apoiam essas afirmações,
mas não pode apresentar essas evidências no momento do debate. Os dados
científicos relevantes, os fragmentos de manuscritos, os artefatos antigos, e
assim por diante, não estão prontamente disponíveis ou portáveis para que a
pessoa possa prontamente mostrá-los ao oponente como argumentos que são feitos
sobre a base dessa evidência.”
Em
conexão com isso, notemos que as três críticas contra o evidencialismo são de
fato direcionadas para o método de raciocínio não-cristão. O fato é que o
evidencialismo simplesmente adotou a abordagem não-cristã. Este sendo o caso,
essas três críticas contra o evidencialismo também destroem os argumentos que
os incrédulos empregam contra a fé cristã.
Além
do mais, devido as inúmeras premissas dos argumentos evidenciais, e a
complexidade envolvida em estabelecer cada premissa em quase cada argumento
usado no evidencialismo. Sem dúvida, em quase todos os casos, o incrédulo nunca
concordará. E visto que essas premissas dependem de métodos irracionais
(sensação, intuição, indução, ciência, etc) para serem estabelecidos, o
evidencialismo permite que o incrédulo obstinado mantenha indefinidamente sua
resistência.
Portanto,
ao menos que o oponente creia cegamente no cristão com respeito a essas
evidências ou ao menos que a partir da exposição anterior, ele já tenha sido
convencido delas. O melhor que o evidencialista pode esperar contra um
incrédulo cético, segundo Vicente Cheng seria um empate.
CONCLUSÃO
Quando
incrédulos resistirem aos argumentos fatuais que o apologista pode e deve
prontamente colocar diante deles para confirmar ou defender a posição Cristã,
Van Til diz que devemos, então, entender e levar seriamente que “a batalha não
é primariamente sobre este ou aquele fato. A batalha é, basicamente, à respeito
da filosofia dos fatos.... Ninguém pode ser um cientista de maneira inteligente
sem ao mesmo tempo ter uma filosofia da realidade como um todo” .
Portanto,
não penso que a apologética é necessária para que a fé cristã seja garantida e
justificada. Mas não se segue daí que a apologética cristã seja, portanto,
inútil ou não tenha nenhum beneficio em garantir e justificar a fé cristã. Se
os argumentos da teologia natural e das evidências cristãs são bem sucedidos, a
crença cristã é garantida por tais argumentos e evidências para a pessoa que os
compreende, mesmo se ainda assim essa pessoa estivesse garantida na ausência de
tais argumentos. Tal pessoa é duplamente garantida e justificada em sua crença
cristã, já que dispõe de duas fontes de garantia e justificação racional.
FONTES
·
Eis Nosso Tempo!: Apologética Evidencialista:
O Caminho Certo, disponível em
http//www.Profgaspardesouza.blogspot.com.br./2010/02/há-uma-crítica-aos-apologistas.html,
capturado em 18/09/14.
·
http//www.apologeticastpn.blogspot.com/2013/09/pressuposicionalism
x evidencialismo. Capturado em 18/09/14.
·
http://www.monergismo.com/textos/apologetica/pressuposicionalismo-evidencialismo
_cheung.pdf
·
Answered, Bible Questions, o que é
Apologética ?, disponível em http//
www.gotquestions.org/português/apologética/.cristã.html, capturado em 15/09/14.