BREVE ANÁLISE SOBRE A TEOLOGIA DE KARL BARTH

 


     Karl Bart com certeza foi um dos maiores teólogos do século XX, com uma teologia dividida, reconhecidamente em 3 fases (Liberal, Dialética e Madura), ele vai nos deixar um legado de extrema relevância para nosso tempo.
     Em sua obra mais conhecida, o comentário da Carta aos Romanos, Barth estava vivendo um momento de retorno as Escrituras e a teologia do Reformadores, esta obra teve um impacto tão importante que ele lançou uma outra edição completamente reformulada, marcando o surgimento da teologia dialética, uma das suas principais ferramentas de análise em seus estudos.
     Influenciado pelo teólogo e filosofo Soren Kierkegaard, posicionou-se contra Hegel não admitindo que a responsabilidade fosse reduzida a “um momento”. Para Kierkegaard há um abismo entre o divino e o humano, ideia fundamentalmente contraria a de Hegel.
     Barth identificou-se com o posicionamento de Kierkegaard contra o cristianismo cultural e a filosofia de Hegel de continuidade entre Deus e o mundo.
      Em sua abordagem sobre teologia dialética, Barth pretendeu redescobrir o Evangelho sem o auxílio de um sistema filosófico e assim teve início a teologia da Palavra de Deus que tinha como principal postulado que o conhecimento de Deus, encontra-se somente na Palavra de Deus e em nenhum outro lugar. A teologia dialética não rejeita, mas questiona o método histórico-critico como chave de interpretação da Bíblia.
      O conceito de religião de Barth baseava-se na distância infinita e qualitativa entre o ser humano e Deus, além desta distancia existe uma oposição substancial entre Deus e tudo aquilo que o ser humano é. De acordo com Bart, portanto, o homem nada pode saber e dizer a respeito de Deus por si mesmo, ele acredita em uma grande ruptura entre Deus e o homem. Assim sendo o homem religioso, segundo Barth seria aquele que quer captar Deus para seu benefício próprio. 
      Barth vai rejeitar qualquer tipo de teologia natural, para ele Deus não pode ser conhecido a partir da razão humana e também não se revela na natureza nem na história. Acentuando que a revelação de Deus aconteceu somente em Jesus posicionou-se contrario a doutrina da igreja católica romana na analogia entis (analogia do ser), contrapondo-a a analogia fidel (analogia da fé).
      Existem alguns traços fundamentais em sua teologia que merecem nossa atenção, segundo Barth o homem por si mesmo nada pode saber dizer sobre Deus, isso só nos é possível a partir do que ele mesmo transmitiu. Deus é livre para amar e nessa liberdade ele deu seu filho para a reconciliação com os homens, mesmo sabendo que o preço seria a humilhação da morte na cruz.
      Para Barth só há uma revelação de Deus, que é Jesus Cristo, A eterna Palavra de Deus se uniu ao ser humano Jesus de Nazaré. E Deus estabeleceu uma aliança com seu povo. Em relação a doutrina da salvação Barth afirma que o povo de Israel foi eleito e os cristãos constituem o Israel renovado e verdadeiro, recebendo todas as promessas destinadas ao povo de Deus. Em relação a eleição Barth tinha a concepção: o Pai escolhe e rejeita o Filho e nele a humanidade toda. Jesus representa a escolha e a rejeição do ser humano.
      Em relação a igreja de Jesus Cristo, sua principal característica era ouvir a Deus. É a voz que deve reinar sozinha na Igreja. Deus é o sujeito de tudo aquilo que deve ser dito e ouvido na igreja, Barth salientou que a dogmática deve ser essencialmente eclesiástica, esta é a verdade que a igreja deve ouvir e ensinar, ele abordou a ética na exposição da auto- revelação de Deus em Jesus Cristo.