UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O LEGADO TEOLÓGICO DE DIETRICH BONHOEFFER

 

Teologia do século XX. Rosino Gibellini 2ª edição Edit. Loyola pág. 106-114

Dietrich Bonhoeffer

Nasceu na cidade de Beslau, na Silésia, 04 de fevereiro de 1906, pai era neurologista e psiquiatra de família muito rica, composta por médicos e advogados, com 6 anos de idade foi morar junto com a família na cidade de Berlim e por questões de cultura, mais que eclesiais foi estudar teologia sendo aluno de Von Harnack
Bonhoeffer muito conhecido no meio acadêmico, principalmente teológico 
segundo defendeu Eberhard Bethge como um homem com uma biografia e personalidade nunca visto antes
Onde história de vida e teologia andam de mãos dadas na vida deste homem que é considerado um mártir do século XX.
Segundo Bethge houve na vida de Bonhoeffer duas mudanças de grande importância para a sua vida eclesiástica, sendo a primeira por volta da década de 1930 no qual ele sai da esfera de teólogo e vai para a esfera de cristão no sentido de empenho direto nas diretrizes da igreja que ele fazia parte na época, o segundo seria por volta do ano de 1939 ele vai da esfera de cristão para o contemporâneo no sentido de que o cristão se faz companheiro de nosso tempo
Ele faz uma dissertação que traz por título Sanctorum Communio de 1927 que somente em 1930 ela será publicada.
    Ele estuda a estrutura da igreja como comunidade com a ajuda das ciências sociais, ele não esta atrás de uma pesquisa sociológica e sim dogmática ele usa as ciências sociais para entender a realidade da igreja da sua época
     Ele tinha um propósito e era a superação de Troeltch no historicismo, já que o mesmo defendia que a igreja é uma comunidade de pessoas visíveis do ponto de vista sociológico.
Bonhoeffer tinha a posição da dialética de Bharth para quem a igreja é a comunidade das pessoas que recebem a palavra de DEUS.
 Espiritual por ser um objeto do desejo de DEUS, só que em corpo carnal, ou seja, física.
A igreja das vontades livres que confessam a fé por vontade própria.
Bonhoeffer segue a fórmula hegeliana das lições sobre filosofia da religião, ele define repetidas vezes a igreja como "Cristo existente como comunidade" a igreja é Cristo em comunidade
O princípio de Bonhoeffer é, pois, eclesiológico que absorve a cristologia
Ato e ser é a real revelação
A revelação é obra de DEUS que se mostra e obra humana que através da fé recebe a palavra de DEUS.
A revelacao interpela sempre a pessoa, mas ao mesmo tempo cria a comunidade
Bonhoeffer defende que Cristo e o centro da existencia humana, na medida em que Cristo esta entre o velho eo novo homem, somente Ele pode justificar o homem no mesmo pensamento.
     No mesmo pensamento de Oscar Culamann Cristo esta no centro e se Ele e o centro, ele e tambem o cumpridor das promessas, e nele que esta o sentido da historia, pois ele e o centro da criacao de DEUS e na medida que a natureza escravisada encontra nEle o grito de libertacao Cristo e o elo da justificacao para o homem, Ele reconciliou o homem na historia deu libertacao para a criacao sendo assim o centro
Para Bonhoeffer o homem nao vive para si, mas para os outros.
Em um segundo periodo da vida de Bonhoeffer, que vai de 1931 a 1939
   Ele dedica sua vida com bastante intencidade ao ministerio para se dar com exclusividade ao servico da igreja confessante era na época a igreja que não tinha ligação e que se recusou a colaborar com o nacional-socialismo de Hitler.
Para Bonhoeffer a ética não é o conhecimento do bem e do mal, mas o discernimento da vontade de DEUS em vista a ação concreta.
  Ética concreta se contrapões, ou seja, faz oposição a ética abstrata.
Ética dos princípios é abstrata porque é ligada a realidade ela fixa de uma vez por todas o que é bem e o que é mal.
Já a ética que guia o cristão é a concreta e pergunta sobre o mandamento concreto de DEUS "hoje", "aqui","entre nós".
Ética como configuração -  o ponto inicial da ética cristã não é um começo ou regra e sim o motivo da reconciliação do mundo com DEUS realizada em Cristo.
O programa ético de Jesus é um programa religioso no qual não visa estruturar o mundo, mas sim con-figurar a si a igreja, e na igreja os cristãos, como uma nova humanidade com o propósito que por meio desta nova humanidade aconteça a con-figuração do mundo a Cristo, já que tal ética não põe em ação um processo de aplicação de princípios, e sim de con-formação/con-figuração à figura de Cristo.
Ética concreta não parte de inícios, mas da palavra da justificação já que esta palavra é insuperável pois cria ruptura com o passado que a precede...