A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA - AGOSTINHO E TOMÁS DE AQUINO

 


As transformações sociais na Idade Média aconteciam muito lentamente e a maior parte da população era formada por camponeses analfabetos. As pessoas viviam em feudos numa economia agrária e rudimentar. A única instrução que recebiam era da Igreja.

Se considerarmos que a Escola moderna nasceu com Comenius (em 1632 na obra Didactica Magna), a escola tradicional nasceu na Idade Média. Isso é revelado pelo estudo da história da educação da época, que nos revela que sua estrutura, ligada à presença de um professor que ensina a muitos alunos, que deve responder pela sua atividade à uma autoridade, suas práticas educativas (ligadas à leitura e a discussão, ao exercício, ao comentário, à arguição) e seus procedimentos disciplinares e avaliativos (castigos, punições e premiações) persistem. As universidades surgiram como desdobramento dos monastérios onde os estudos eram mais avançados. Dessas Escolas medievais nos vem conteúdos e princípios que persistiram por séculos (o ensino do latim, a retórica, a gramática, a filosofia (com ênfase na lógica e na metafísica).

Na Idade Média toda as propostas educacionais e de formação estavam ligadas à ideia de que na Terra, os homens devem seguir os parâmetros divinos. Em outras palavras, a educação estava umbilicalmente ligada à Igreja e à Religião. 
Voltemos ao início. No final da Idade Antiga teremos o início da Patrística, onde os ‘pais da Igreja’, ao preconizar sua filosofia, definiram os parâmetros educacionais. Sendo que o homem está na Terra apenas de passagem, sua única preocupação é a salvação de sua alma. Com qual educação se preocupar?

Agostinho (Aurélio Agostinho), conhecido como Santo Agostinho (354 – 430), foi um filósofo e bispo da Igreja Católica. Ele é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente ao aprofundar vários conceitos (por exemplo, o de pecado original, da participação política, do tempo). Vivenciou a desintegração do Império Romano do Ocidente e nesta época desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (na obra De Civitate Dei), distinta da cidade material do homem. Em suas obras, incorporou a filosofia de Platão ao mesclá-la com os princípios e filosofia cristã. Seus escritos influenciaram a visão da Igreja sobre diversos assuntos do final da Idade Antiga até a chegada de Tomás de Aquino (1225 – 1274). 
Tomás de Aquino realiza em suas obras a junção do cristianismo com a visão filosófica de Aristóteles. Se Platão pode ser visto como mais ‘espiritual’ (por sua visão das realidades eternas e abstratas), Aristóteles pode ser chamado de ‘materialista’. Obviamente, Aquino deu uma visão espiritual às ideias do filósofo grego. Ele escreveu duas grandes obras (Summa Theologiae e Summa contra Gentiles) onde sistematizou o conhecimento teológico e filosófico de sua época. Como para Tomás de Aquino tudo tinha uma explicação racional, ele fez a primeira defesa argumentativa da existência de Deus com base na razão.

Agostinho teve grande influência no pensamento da Escolástica, mas seu período é o da 'Patrística'. Tomás de Aquino é o principal nome da Escolástica.

Fonte: Blog Filosofando